terça-feira, 13 de maio de 2008

Coelho à São Cristóvão

Situada no limite entre os concelhos de Montemor-o-Novo, a que pertence, e o de Alcácer do Sal, a freguesia de S. Cristóvão e aldeia do mesmo nome é, como tantas do Alentejo interior, uma aldeia envelhecida e em vias de desertificação.
Destroço de si própria, foi como tantas outras aldeias do interior, incapaz de criar em si motivos que levassem as novas gerações a ficar. Pontuada aqui e ali por vestígios de um passado bem diferente da triste actualidade, S.Cristóvão lembra o tempo em que, só na freguesia funcionavam cinco escolas primárias, minas, diversas actividades económicas e culturais e, claro, a Pensão Canejo, fechada há quase quatro décadas, onde se vinha, e de longe, para provar os petiscos de Dona Alexandrina e, dentre eles, o único prato original da aldeia, por isso chamado Coelho à São Cristóvão.

Ingredientes:

1 Coelho
Alhos
Sal
Vinagre
Azeite
Coentros

Preparação:

Pise num almofariz alguns dentes de alho com sal grosso e um pouco de vinagre e esfregue o coelho com esta mistura, por fora e por dentro das cavidades abdominal e toráxica. Deixe assim para o dia seguinte.
Introduza dentro do coelho umas tiras de toucinho fresco e grelhe-o sobre lume de carvão, lentamente, virando quando necessário. Fica pronto em cerca de uma hora, conforme o tamanho do bicho.
Quando vir que está bem assado, tire-o do lume, parta-o em pedaços pequenos com uma faca ou tesoura de churrasco e ponha-os numa tigela.
Pique então muito fino vários dentes de alho e um ramo de coentros, salpique generosamente o coelho com eles e regue com azeite virgem e vinagre de vinho. Mexa.
Come-se como petisco, depois de completamente frio, ou como prato, acompanhado com batata cozida.

Nota:

Actualmente, usa-se por vezes apresentar o Coelho à S. Cristóvão, já desossado, acompanhado de pão alentejano.
Além desta particularidade gastronómica, S. Cristóvão tem ainda uma outra bem importante: é. desde há treze anos, a minha “aldeia”.

3 comentários:

Marizé disse...

Essa versão sem ossos e em cima de uma fatia de pão alentejano, parece-me muito bem sim senhor!

anna disse...

Luis, fiquei com uma dúvida: será que chamamos mãozinhas à mesma parte do borrego?
Para mim é a perna da frente, pois chamo pernas à parte de trás...

Quanto ao coelho só lhe digo, maravilhoso - só do Alentejo podia nascer um petisco destes!

Isabel de Miranda disse...

Luis deve ser mesmo uma maravilha para quêm gosta!!!Mas não consigo comer coelho.